A Impressionante Carta de Despedida de Um Símbolo!



" - Às 12.47 do dia 17 de Junho de 2019, enviei um e-mail à administração no qual comuniquei a minha demissão da AS Roma. Esperava que este dia nunca chegasse, mas chegou.
Para mim é muito duro e mau digerir esta situação, mas devo-a aceitar, atento às dinâmicas dos últimos anos.
A minha escolha é devido ao facto que não tive nunca  possibilidade de trabalhar como queria na Roma. Sempre disse que queria ser director técnico, porque penso, que ao contrário de outros, tenho um olhar técnico para avaliar jogadores ou treinadores, mas nunca me deram tal hipótese. Contactei António Conte para treinador, porque era o único que podia tornar a Roma vencedora. Ele concordou , depois destruíram tudo. Ninguém me pediu opinião sobre Fonseca. Nunca me envolveram no projecto desportivo, não me pediram opinião para o que fosse, mantinham-me fora de todas as questões relevantes, nem sequer me convidavam para as reuniões.

Pela Roma deixei tudo tudo para trás, porque não é a minha segunda casa, mas sim a primeira. Procurei levar as cores giallorossi o mais alto possível. Dei o meu melhor. 
Aos adeptos, apenas, posso agradecer como me trataram, sei sempre um deles, para mim a Roma é a equipa mais importante do mundo. Vê-la assim entristece-me. Os adeptos deste clube são diferentes dos outros porque o amor que transmitem ao clube é qualquer coisa de surreal.

Aquilo que posso dizer é que não é um adeus, mas um até à vista, pois não consigo ver Totti fora da Roma. Agora, contudo, devo dizer que é justo colocar-me de parte, mas se uma outra administração me quiser, voltarei logo. Quanto ao meu futuro, analisarei as ofertas que possam chegar, aceitarei a melhor, tendo em consideração o meu amor a este clube. 
Obrigaram-me a deixar de jogar, obrigaram-me a deixar a Roma. Foi sempre uma obstinação de algumas pessoas obrigar os "romani" a deixarem a Roma. Os americanos quando chegaram fizeram de tudo para nos colocar de parte. Fizeram o mesmo com De Rossi. Quero dizer que eu e Daniele iremos apoiar a Roma na Curva Sud.

A relação com Baldini nunca existiu, nem existirá. Um dos dois tinha de sair, logo fui eu. Ele pensava que bastava estar em Londres e daí resolver os problemas.

Sempre disse à administração que era necessário dizer a verdade às pessoas, dizer como as coisas estavam, a Roma tem necessidade de vender até todos os 30 de Junho os melhores jogadores, por causa do fair play financeiro. Quando disse no início do ano que a Roma acabaria o campeonato em quarta ou quinta e que a Juve teria o campeonato vencido em Janeiro, chamaram-me de incompetente por não dizer a verdade. Eu nesta direcção não consigo estar, estou habituado a dizer a verdade.

Na Roma, os jogadores, os treinadores, os dirigentes, os presidentes passam. As bandeiras não, essas não passam, permanecem.
Fui sempre sincero com estas cores, por isso coloco-me à parte.
Pus sempre a Roma à frente, também hoje estou a fazê-lo, ainda que imaginar que amanhã não estarei aqui, sem a Roma, equivale a morrer, mas terei de o aceitar."

A dolorosa despedida de uma bandeira do clube de uma vida...

Francesco Totti deixou a Roma... até quando?

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